Luanda - Luanda registou mais oito novos casos da epidemia de cólera, nas últimas 24 horas, elevando o número de registos para 181, com 11 mortes, informa a Organização Mundial da Saúde, através de um comunicado.
Apesar do número de casos registados estar a aumentar, a taxa de letalidade desceu de 22 para 6 por cento. Até ao momento, o município da Ingombota lidera a lista com o maior número de casos 115, logo a seguir está o Sambizanga com 42, o Cazenga com oito, Cacuaco com quatro, com igual número esta o Kilamba-Kiaxi e Viana, a Maianga com três e o Rangel com apenas um caso.
A epidemia de cólera que já se alastrou a oito municípios da capital angolana vem mostrar uma vez mais as debilidades do governo de Luanda no que toca ao saneamento básico e a qualidade de água para beber que é colocada à disposição da população. Aliás, o surgimento do surto na zona da Boavista,,onde foram notificados os primeiros casos, a falta de saneamento básico é apontada como uma das principais causas. Com esta situação as autoridades sanitárias angolanas estão preocupadas com a fase ascendente da epidemia.
«Tendo em conta o alastramento da epidemia no municipio do Sambizanga, nós vamos fazer uma visita de inspecção e controlo a nível do município para diagnosticar a situação e ver quais são as medidas que devemos introduzir a nível do município para travar a transmissão da doença».
Dr.Vita Vemba, delegado Provincial de Saúde Publica, disse ainda que quando se detectar que num determinado bairro existe o alastramento ou o aumento de número de casos, dever-se-á fazer um estudo no terreno e tomar medidas adequadas ao bairro, já que os bairros de Luanda não são iguais, cada bairro apresenta uma característica diferente. Por isso mesmo, impõe-se que o estudo seja feito localmente. «E necessário ir ao terreno e estudar quais são os problemas que estão na base do alastramento da epidemia e que possa ser resolvido».
Os moradores da Boavista continuam a beneficiar da distribuição de água potável feita pelo governo da província através de cisternas, para evitar o contágio pelo consumo de água contaminada ao mesmo tempo que estão a fazer algumas melhorias ao saneamento básico com a drenagem de algumas valas principais.
As autoridades sanitárias mantêm o apelo à população no sentido de acatarem as medidas de prevenção que estão a ser divulgadas para frenar o avanço da doença.